Às 11 horas do dia 15 de Abril de 1913, há 90 anos atrás, celebrou-se a entrega oficial e solene do primeiro submersível português “Espadarte” no porto Italiano de La Spezzia. Contava então com 21 imersões efectuadas na fase das experiências com Italianos e Portugueses. |
Pela primeira vez, a meio da tarde do dia 15 de Abril de 1913, uma guarnição formada exclusivamente por portugueses entrava em imersão no Golfo de La Spezzia. O primeiro Comandante do “Espadarte” – 1º Ten Joaquim de Almeida Henriques – recebeu um estojo da primeira guarnição com um artístico tinteiro de prata com pena de ouro, tendo sido usada nas assinaturas da acta de entrega, pelos oficiais portugueses e pelos directores do estaleiro e da Fiat. Nesse tinteiro estava gravado: “Aos oficiais da Missão Naval Portuguesa, oferece a guarnição do submersível Espadarte”,... e nas três faces da pena podia ler-se: “Zelo – Aptidão – Honradez”. - O início da “saga” dos submarinos Portugueses que receberam pela primeira vez o lema por que sempre se pautaram – “A Pátria servir com zelo aptidão e honradez”. Estava destinada a ser árdua, bastante atribulada e difícil a chegada dos Submarinos a Portugal, primeiro com a luta incessante da Liga Naval Portuguesa com o objectivo da renovação da frota nacional onde incluía necessariamente os Submersíveis, passando pela acção dos pro Submersíveis, que se preocupavam em elevar mais alto a sua voz em acções de esclarecimento da necessidade da arma e por fim na tão atribulada viagem do primeiro submersível, que partiu a 4 de Maio de 1913 de La Spezzia e só chegou a Lisboa a 5 de Agosto de 1913. Durante o trânsito, o “Espadarte” teve que vencer vários problemas que o obrigaram a arribar por diversas vezes, entre os quais avarias nos dois motores de combustão e as consequências do mau estado do mar. A viagem inaugural de 1400 milhas num meio de grande novidade e discreta pequenez, sem escolta e num mar revolto... não seria uma façanha, mas, pelo que envolvia de coragem, de confiança (e até talvez de um pouco de imprudência), era coisa bem própria de Portugueses. O primeiro Submersível chegava não só a Portugal mas à Península Ibérica,... a nossa vizinha Espanha não possuía ainda Submersíveis. Portugal adiantara-se na adopção dessa nova arma de guerra naval e o “Espadarte” foi assim, ao tocar nos portos Espanhóis de Barcelona, Valência e Alicante, motivo de forte interesse oficial e popular. O jornal “El Guante Blanco” de Valência, num artigo intitulado “El terrible submergible”, comentava: “La aparicion del submergible português “Espadarte” – el Escalante, como decian los chiquillos del Gra – en nuestro porto, ha sido un verdadeiro exito para el digno representante de nuestra vecina Republica Lusitana. No han visto ustedes el submergible portugues? Vaya una cosa bonita, por lo rara!” Assim falavam os espanhóis em contraposição com alguns portugueses que escreviam certas palavras insensatas sobre a feliz ideia de dotar a Marinha Portuguesa com a arma submarina. Cedo essas bocas foram caladas com a expressão máxima da capacidade da arma – os torpedos – com ogiva de exercício foram lançados frente a Algés contra um rebocador do Arsenal e contra o torpedeiro nº 3 tendo as esteiras passado precisamente sob os alvos visados. Para além deste exercício foram efectuados mais quatro até final do ano onde foi possível testemunhar o factor surpresa e a incrível capacidade de descrição em acções simuladas contra cruzadores, torpedeiros e contratorpedeiros. Uma das testemunhas num destes exercícios foi o Presidente do Ministério, que ao assistir ao mérito e eficácia do “Espadarte”, assentou a encomenda de mais 3 submarinos. Do sucesso destes exercícios resultaram ainda três certezas: - As guarnições dos nossos cruzadores e contratorpedeiros mostraram uma ausência total de treino; - O pessoal do “Espadarte” tinha demonstrado que a arma submarina se apresentava com perspectivas de eficiência; - Não devíamos nem podíamos suster a nossa marcha no sentido de criar na Marinha Portuguesa uma força de acção submarina. De início, sem outros da sua espécie, o “Espadarte” começou com uma tarefa importante neste período conturbado da primeira guerra, como patrulhador da entrada da Barra de Lisboa. Silva de Pinho Retirado da Revista da Armada e adaptado por IdeiasFixas2. Características Técnicas
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