De várias proveniências, cores, tamanhos, parecendo todos diferente, os gatos foram aparecendo para jantar e para se reunirem e formarem um círculo que finalmente se materializava fisicamente, após anónimas trocas de miados em distantes quintais... E, nessa altura, pouco interessou aquilo que os diferenciava, tal como nunca lhes tinha interessado, quando apenas se contactavam à distância. E haviam gatos e gatas, gatos grandes, outros mais pequenos, mais gordos, mais magros, de uma só cor, listados, malhados... Enfim... Uma grande gataria...
No fundo eram todos habitantes daqueles quintais, todos eles diferentes e singulares na sua maneira de ser. É verdade que partilhavam entre si muita coisa, muitas ideias, mas também não escondiam as suas diferenças e talvez tenha sido essa singularidade que os tivesse aproximado em primeiro lugar. Aqueles não eram gatos de pilhas, capazes apenas de uma ou duas acções programadas e de emitir apenas uma limitada gama de sons programados. Aqueles eram gatos que gostavam de pensar pelas suas cabeças, com personalidades bem vincadas e isso fascinou e fascina o gato viseense que vos narra esta história.
E os gatos e gatas lá se juntaram, ficando apenas a impressão que o tempo foi muito pouco, pois cada um daqueles gatos e gatas merecia muitas horas de miados. Aqueles eram bicharocos fascinantes. Daqueles que eu penso haverem poucos, daqueles que eu gostava de saber que haviam mais. Bastava ouvi-los falar para nos apetecer pedir-lhes que ficassem ali a miar durante horas a fio... Mas o tempo e os condicionalismos da vida também condicionam esta gataria... E o momento durou pouco! E esta mesa redonda ( conclusão a que eu e outros gatos chegámos depois ) teria dado muito jeito nesse jantar para que todos pudessemos escutar aquilo que cada um ia miando. Mas foram horas maravilhosas, em que, por vezes, me perdi apenas na pura contemplação daqueles amigos que tomavam forma. Horas que ficaram arquivadas num cantinho especial de mim. Agora aguardo a próxima vez que os muros dos quintais sejam transpostos e voltem a surgir aqueles rostos que tanto prezo...
Uma palavra especial para uma gata de Alcochete que nos cedeu o seu quintal. Nós ( mio por nós e pela gataria do Porto ) ficámos fascinados! A nossa amável e carinhosa anfitriã, que gosta de se esticar ao sol e sentir a areia daquele lugar fantástico que escolheu para viver, mostrou ser não só bonita de nome, mas também no seu interior. Ela e a sua família são pessoas maravilhosas e fascinantes. Até custa a crer que existam! Eu e a Anabela jamais os esquecermos!
Até á próxima, amigos!
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