Terça-feira, 10 de Junho de 2008

Portal UFO - Brasil

A profundidade e diversidade da rica casuística portuguesa na visão da entidade de pesquisas mais ativa do país

Foto ilustra montagem de UFOs em Portugal
Em Portugal, a adopção do termo disco voador por parte da imprensa e da população em geral, para descrever fenómenos aéreos não identificados que começaram a ser relatados no meio do século passado, teve origem na expressão flying saucer, criada pela média norte-americana após o avistamento do piloto Kenneth Arnold, em Junho de 1947. À medida que surgiam mais relatos na imprensa portuguesa, descrevendo manifestações aéreas inusitadas e com formas e características variadas, o uso do acrônimo OVNI, de objecto voador não identificado – tradução direta do termo unidentified flying object – tornou-se necessário. Hoje em dia, o termo OVNI é o mais utilizado pela população do país para descrever o fenômeno ufológico, estando, no entanto, muito associado à hipótese extraterrestre. Existe, contudo, outra denominação que começa a ganhar alguma notoriedade no país, a sigla FANI, de fenómeno aéreo não identificado, cuja utilidade reside na constatação de que uma grande percentagem dos avistamentos não corresponde exactamente àquilo que poderia ser designado como um objecto.

É possível encontrar relatos de OVNIs na própria história da formação de Portugal. No país, a observação de fenómenos aéreos de difícil identificação remonta a épocas muito anteriores ao século XX. No entanto, é de se salientar que, durante muitos séculos, a maior parte dessas ocorrências foi interpretada e vivenciada como manifestações religiosas. Podemos então identificar dois tipos de observações: aquelas que remetem desde logo para a religião e aquelas que, desde o primeiro momento, se viram sempre envoltas em dúvida e mistério. Do primeiro tipo, as de interpretação religiosa, geralmente designadas como aparições, existem muitos casos conhecidos, sendo que alguns deles estão verdadeiramente entrelaçados com a história portuguesa. Um bom exemplo é a lenda que relata a aparição de Jesus Cristo a dom Afonso Henriques, que viria a ser o primeiro rei de Portugal, antes da Batalha de Ourique.

Essa importante batalha, ocorrida em 25 de Julho de 1139, foi determinante para a instauração do reino português. Dela, cinco reis mouros saíram derrotados. O feito adquiriu tal importância no contexto internacional da época que, a partir daquela data, dom Henriques passou a utilizar o título de rei – da expressão rex – e o reino português passou a ser ainda mais reconhecido no mundo. A descrição da aparição, chamada de Milagre de Ourique, surge na obra Anais de Santa Cruz de Coimbra. Segundo estes documentos, Jesus Cristo teria aparecido ao monarca no céu dentro de um raio luminoso, rodeado de anjos, a incitar à vitória sobre os muçulmanos. Como esta, outras aparições marcaram a história e o destino de Portugal durante os subsequentes séculos até o XX.

Um caso que é hoje utilizado como referência por parte da Ovnilogia moderna [Ufologia moderna] como exemplo de OVNI em formato de cruz ocorreu em 1513, no Mar Vermelho. Não existe certeza quanto à data, mas se crê ter sido no mês de Abril que dom Afonso de Albuquerque, segundo vice-rei da Índia portuguesa, avistou no céu uma cruz vermelha e resplandecente. Comandava uma frota de naus e viu o fenómeno na direcção do poente. A ele se sobrepôs uma nuvem que acabou por se dividir sem interferir com a cruz ou reduzir sua luminosidade. O fato foi interpretado como sinal divino, redentor e encorajador, uma vez que a navegação estava difícil na época. O fato se encontra relatado na primeira pessoa pelo próprio dom Albuquerque, em carta enviada ao rei, dom Manuel I, em Dezembro daquele ano. Posteriormente, foi descrito pelo historiador João de Barros.

Fenómenos na Antiguidade Existem ainda outros casos que foram incluídos na categoria de fenómenos aéreos não explicados por não serem imediatamente associados à religiosidade. Um exemplo consiste na observação de um notável fenómeno nos céus de Castelo de Vide, no Alentejo, em 1726. Conforme descrito na Gazeta de Lisboa, de 07 de novembro daquele ano, o fenómeno ocuparia uma considerável área do céu, em formato de serra de cor vermelha. O artigo refere ainda ao tamanho estimado de quatro léguas, cuja largura corresponderia a um terço do comprimento. Das descrições, consta ainda a referência a raios de luz provenientes do objecto, que iam perdendo e recuperando a cor. O fenómeno durou horas, sendo que, após um acréscimo de intensidade luminosa, esta foi diminuindo até que todo o fenómeno desapareceu por completo quando a noite já ia alta. O mesmo jornal, que era um veículo de referência na época, informou ainda que, dias antes, algo idêntico teria sido observado mais ao sul. Também é bastante conhecido na Ovnilogia Portuguesa que o grande terramoto de 01 de novembro de 1755 foi precedido pela observação de diversos globos de luz intensa sobre vários pontos do país.

 
Um dos mais interessantes casos portugueses, este avistamento ocorrido na localidade de Alfena, em setembro de 1990, foi registrado em foto. O objeto foi descrito como tendo aspecto metálico. No detalhe, um artefato voador não identificado esférico registrado em 1947

 
A tragédia destruiu 85% das construções de Lisboa e é considerada responsável pela morte de 90 mil lisboetas. Todavia, muito provavelmente, tal luminosidade é o que a ciência denomina “luzes de terramoto”, um fenómeno de origem natural, ainda que controvertida, que ocorreria durante o cataclismo. A primeira observação deu-se em 15 de outubro, quando foram vistos, por várias vezes, globos voadores imensamente iluminados. Outras observações ocorreram em 08 de novembro, em que apareceram três “luas” sobre a cidade de Viseu, entre 14h00 e 15h00. Estas ocorrências encontram-se registadas nas gazetas da época e são passíveis de consultas no arquivo geral da Torre do Tombo, que conta já com 600 anos de existência [A Torre do Tombo é o repositório da história portuguesa, como o Arquivo Nacional é da história brasileira].

Importante contribuição dos pioneiros — Tais relatos começaram a ser encarados como potenciais OVNIs somente no século XX. Esse próprio século encontra-se recheado de avistamentos ocorridos tanto em Portugal continental como na suas ilhas, sendo que, com o advento da Ovnilogia como área multidisciplinar, muitos deles foram de imediato averiguados e outros só mais tarde foram resgatados por investigadores interessados. Os portugueses, ao longo das últimas décadas, não só acompanharam o que se passava no exterior, através dos meios de comunicação social, como vivenciaram fenómenos em seu próprio território.

O país reflecte algumas das muitas observações de OVNIs de âmbito internacional, sendo esta correlação mais notória durante a década de 50. Apesar de ter sido comum na imprensa portuguesa, durante a época da ditadura, notícias sobre a observação de discos voadores, não houve organização de grupos civis de investigação. Há, no entanto, algumas personalidades interessadas que divulgaram o tema, das quais podemos destacar o jornalista Hugo Rocha, autor dos primeiros livros portugueses sobre OVNIs, e também Sánchez Bueno, com várias obras sobre o assunto. Bueno compilou tal número de notícias sobre avistamentos que, mais tarde, já nos anos 70, fundou o Centro de Estudos Cosmológicos e Parapsicológicos (CECOP), em Lisboa. Contudo, o cenário alterou-se completamente depois da Revolução dos Cravos, em abril de 1974, e do regresso da democracia, crescendo o interesse por novas ideias e assuntos tabus, entre os quais estavam os OVNIs.

Apesar de ter sido formado em 1973, ainda no período pré-democrático, o Centro de Estudos Astronómicos e de Fenómenos Insólitos (CEAFI) é uma das mais importantes associações da história ovnilogia portuguesa. A entidade cresceu, em conjunto com outros grupos, na segunda metade dos anos 70, verdadeira época de ouro da Ovnilogia Portuguesa, quando existia não só maior número de grupos de investigação como publicações sobre a temática.

Leia esta matéria na íntegra adquirindo a Revista UFO 142 nas bancas.
 
Autor: Equipe SPO
Fonte: UFO 142
Crédito da foto: Giuseppe Colinni e Jim Nichols

publicado por sá morais às 23:59
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6 comentários:
De SEDNA a 28 de Setembro de 2008 às 14:16
TENHO LIDO MT O QUE AS PESSOAS ESCREVEM SOBRE OS SERES E PESSOAS COMO NOS...SIM PESSOAS CM NOS MAS COM DONS QUE NOS NAO TEMOS E AINDA BEM....SEI QUE MUITA GENTE ACREDITA,OUTRA NAO...EU ACREDITO DESDE DOS MEUS 6 ANOS QUE NOS NAO VIVEMOS SOZINHOS NESTE MUNDO E NUNCA, SENDO SINCERA NUNCA GOSTEI DE AQUI ESTAR...AS PESSOAS ERAM MT BURRAS E O NOSSO PLANETA UMA COISA MT POBRE...JA OS VI MTS VEZES TANTO AS NAVES CM A ELES E NUNCA ME FIZERAM MAL CM MUITA GENTE DIZ QUE FAZ....QUANTO HA VINDA DE ELES TA MUITO PROXIMO ELES ESTAO AVISAR MOSTRANDO SE CADA VEZ MAIS PARA TODA A GENTE OS VER PARA O IMPACTO NAO SER MT GRANDE MAS ACREDITO K VAI SER MT DIFICIL PARA A MAIORIA DAS PESSOAS OS ACEITAREM....O QUE SE TORNA TRISTE PORQUE SE HA ALGUEM QUE TEM K ACEITAR SAO ELES A NOS...PORQUE NOS NAO SOMOS NADA....E ELES JA EXISTEM HA MILHOES DE ANOS.....POR ISSO PECO NAO FALEM MAL DAQUILO K VOCES NAO CONHECEM...


De sá morais a 28 de Setembro de 2008 às 22:17
Bem, ninguém aqui falou mal de ninguém ou de nada. Somos até espiritos muito abertos.


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