"Por ser necessário proteger o povo da "avareza e do egoísmo dos capitalistas", o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, saudou a apreensão de duas toneladas de arroz a uma cadeia de supermercados de empresários portugueses.
"Um governo como o nosso tem que proteger o povo da avareza e do egoísmo dos capitalistas", declarou Hugo Chávez numa cerimónia em Caracas."
in JN
"O Presidente venezuelano, Hugo Chávez, usou terça-feira à noite o exemplo de Portugal para salientar o crescimento económico da Venezuela, referindo que o primeiro-ministro José Sócrates lhe disse recentemente que a economia portuguesa "está estancada"."
in Sic Online
Se a segunda notícia só mostra que Socrates devia ter mais cuidado com as amizades e fechar a boca mais vezes, a segunda já merece a leitura de um artigo sobre Hugo Chavez, esse grande amigo desinteressado do povo...
sistema financeiro foi um dos maiores beneficiados no governo de Hugo Chávez na Venezuela, entre os segmentos do setor privado. A retórica agressiva do presidente a favor de um "socialismo bolivariano" nunca chegou perto da banca: o setor permanece intocado pelo governo e dominado pelo empresariado nacional. Em 1996, dois anos antes de Chávez ser eleito, a banca nacional privada correspondia a 50,8% dos ativos do sistema bancário; os bancos públicos abocanhavam 26,5% e os estrangeiros, 22,7%. Era uma consequência da crise bancária entre 1993 e 1994, que levou o governo a encampar diversas instituições. No ano passado, os ativos do sistema financeiro privado estavam em 61,5% do total, o dos bancos públicos caíra para 10,5%, e o dos estrangeiros saltara para 27,9% do total. Segundo levantamento da empresa Economática, bancos venezuelanos superaram os brasileiros e os americanos em rendimento patrimonial proporcional ao longo de 2007. O Banco Venezuelano de Crédito - uma instituição financeira de pequeno porte - conseguiu um rendimento de 58,9% sobre o patrimônio, e o Banco Provincial , controlado pelo espanhol BBVA, obteve 46,2%. O Banco de Venezuela, controlado pelo espanhol Santander, conseguiu 41,4%. É praticamente o dobro do obtido pelo Santander brasileiro (21,4%). O levantamento precisa ser matizado pelo baixo volume de ativos dos bancos venezuelanos. O maior deles, o Banesco, propriedade da família venezuelana Escotet, tinha ativos totais de US$ 12,9 bilhões e uma rentabilidade de 37,9% sobre o patrimônio. O maior brasileiro, o Bradesco, registrava no ano passado ativos quinze vezes maiores: US$ 192, 6 bilhões e rentabilidade patrimonial de 29,1%. Em números consolidados, o setor financeiro registrou um crescimento de 43,9% em 2006 e 20,6% em 2007, segundo levantamento da empresa de consultoria Datanalisis. É um rendimento superior ao obtido por setores como de transporte, construção civil ou indústria manufatureira. Segundo economistas ligados à oposição, como Orlando Ochoa, executivo da corretora Interacciones Casa de Bolsa, a intermediação de títulos de dívida teria garantido uma rentabilidade artificial para o sistema financeiro. "É um sistema que se sustenta pelo congelamento do câmbio a 2,15 bolívares fortes desde 2005. Os títulos públicos são comprados em moeda nacional pela taxa oficial e negociados no exterior com desconto sobre o valor de face. Ainda assim, ao retornarem a Venezuela, garantem grandes lucros, pela arbitragem cambial, já que a reconversão se faz por um valor intermediário entre a taxa oficial e o que seria a do paralelo", afirma Ochoa. Segundo ele, o mecanismo começou a funcionar com a negociação dos papéis da dívida argentina adquiridos pelo governo venezuelano, em 2003. Mas depois evoluiu para as chamadas "notas estruturadas", uma composição entre títulos de dívida venezuelanos, argentinos e equatorianos. Deste modo, o governo cria um bom negócio na intermediação dos papéis, ao mesmo tempo em que consegue conter a liquidez interna. "Calcula-se que esta negociação tenha envolvido nos últimos cinco anos US$ 3,6 bilhões em títulos argentinos e US$ 8,8 bilhões em notas estruturadas", afirma. Dados divulgados pela Associação Bancária da Venezuela (ABV), que reúne o setor patronal, vão contudo em sentido contrário para se explicar a vitalidade do ramo financeiro da economia. Segundo o relatório da ABV, o ingresso de recursos no sistema financeiro decorrente de negociações com títulos de valores deixou de representar a maior parcela dos ativos desde 2004. De acordo com a ABV, entre 2002 e 2003 a parcela referente à negociação com títulos subiu de 40,3% para 58,4% do total de ativos. Este percentual caiu para 47,4% no ano seguinte e 40,5% em 2005. Após um pequeno aumento para 42% em 2006, caiu bruscamente para 31,6% no ano passado. Já a parcela referente a crédito elevou-se de 59,7% para 68,4% do total nos últimos cinco anos. O fato de Chávez não ter interferido no sistema financeiro é objeto de comentários há muito tempo entre a oposição venezuelana e a mídia local. Em 2002, foi divulgado pelos jornais espanhóis "El Mundo" e "El País" que Chávez teria recebido financiamento para a campanha eleitoral de 1998 do BBVA, de US$ 1, 5 milhão. Este tipo de financiamento era proibido pela lei venezuelana na época. O financiamento teria sido uma forma de o sistema financeiro se proteger contra os pendores socialistas do novo governo, segundo acusou a oposição na Venezuela. Chávez negou o financiamento de forma categórica e as investigações sobre o caso foram arquivadas, por falta de provas, pela Justiça venezuelana. Mas na Espanha, onde esta instituição já era alvo de uma investigação mais antiga movida pelo promotor , Baltazar Garzón, executivos do BBVA teriam admitido o suposto financiamento ilegal, segundo foi divulgado pela imprensa espanhola.
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