Sábado, 22 de Abril de 2006
Sendo uma memória que tenho bem presente ( talvez por me interessar desde jovem por estas coisas... ) , a guerra das Falklands /Malvinas em 1982 passa ao lado de muita gente, em especial das gerações mais jovens. Eram os tempos da Dama de Ferro, Margaret Thatcher . Tudo começou com uma operação militar argentina em Port Stanley, à qual os britânicos responderam duramente, conseguindo recuperar o controlo das ilhas.
O que guardo como recordação?
- O meu apoio à Argentina - povo argentino e não ao regime -( Afinal, Portugal entregou as suas colónias, mas países como a G.B . ou a França continuam a ter colónias e protectorados por todo o mundo )
- O meu espanto perante as fantásticas capacidades do Harrier , que esmagaram a FA Argentina.
- O destemido ataque de velhinhos A-4S a uma unidade naval inglesa, que provou que a superioridade tecnológica não é tudo...
- As discussões familiares sobre esta guerra.
Curiosidades:
- o Chile, então governado pelo general Pinochet, prestou apoio logístico ao Reino Unido.
-O Reino Unido solicitou informações à França, país produtor dos Exocet, a fim de que esta lhe fornecesse códigos para desvio de alvo de cada míssil desta categoria vendido pela França à Argentina. Uma vez fornecidos os dados ao Reino Unido, a frota britânica, guiada por imagens de satélite procedeu em 2 de maio de 1982 ao afundamento do navio de guerra argentino mais importante, o cruzador General Belgrano , que datava ainda da Segunda Guerra Mundial. Por este motivo técnico, nenhum míssil comprado da França pela Argentina pôde acertar o alvo.
lembro-me como se fosse ontem... a guerra estourou estava eu no alentejo, na casa dos meus avós (o último faleceu à poucos dias...). Lembro-me de seguir avidamente as noticias e de rejubilar por cada pequena vitória dos "mais fraco"... é claro que no fim, o "meu" lado perdeu... mas seria mesmo o "meu" lado? Nope. A Ditadura argentina não era o lado de ninguém, a não ser desses generais torcionários que depois perderam (bem) o poder.
mas ficou para a História a coragem e o valor desses aviadores argentinos e até das forças de infantaria argentinas que enfrentaram um dos melhores exércitos profissionais do mundo e resistiram. Quantos outros povos se poderiam gabar do mesmo?...
De
Kaos a 23 de Abril de 2006 às 03:06
Quando abri os comentários, li o do Rui e fiquei parado. Disse exactamente o que eu ia dizer. Tambem eu me coloco sempre do lado do mais fraco e tambem eu tive duvidas devido à ditadura.
Será que depois didto mais alguem comprou armas à França?
Pior estive eu ,estava na zona, o navio que o meu pai trabalhava ficou retido no porto de Montevideo por 15 dias sem sair, escassez de mantimentos etc... Não é algo que goste de me recordar.
De
PiresF a 23 de Abril de 2006 às 14:23
Eu também me lembro e ao contrário de vocês eu estive com os Ingleses contra aquilo que considerei uma manobra política de uma junta comandada pelo ditador General Leopoldo Galtieri, e que era criticada na altura, e com razão, e na Argentina, por variados abusos económicos e essencialmente pelo abuso dos direitos humanos.
A invasão das Ilhas Falkland nada mais era, que uma tentativa da Junta para unir os argentinos ao governo em prol daquela causa, esperando que isso trouxesse uma daquelas correntes fervorosas e patrióticas que fizesse esquecer o resto, como veio na altura a acontecer.
Outra coisa, é a forma como os Ingleses ganham aquela guerra e de como a França os ajudou, fornecendo os códigos dos mísseis, mas aí já o assunto é outro e, até gostei da forma como o único submarino argentino (San Luis) conseguiu disparar três torpedos, embora sem êxito, mas conseguindo manobrar e iludir 15 navios da toda poderosa Royal Navy.
Bem… nem sempre podemos estar de acordo. Num é?
Pires: De facto, nem sempre podemos estar de acordo. Ainda bem! Ou os blogs e a própria vida seriam algo insopurtávelmente monotono.
Não creio que nenhum de nós apoiasse o regime Argentino da época e a sua tentativa de galvanizar o povo, como a Espanha fez com Gibraltar durante o regime franquista. No entanto, por principio, muitos apoiaram a causa argentina por se oporem aos tal colonialismo "colorido" que países como a GB e a França insistem em manter. e, claro, por preferirem torcer pelo David, em detrimento do Golias que, ao contrário da estória, acabou por vencer.
Dae: Safa! Isso é que foi estar perto dos acontecimentos...
De
PiresF a 23 de Abril de 2006 às 19:45
Pena a Dae não querer recordar, o que respeito.
Creio que teríamos uma visão bem diferente.
De Erik a 24 de Janeiro de 2008 às 17:02
A respeito dos mísseis exocet, dentre vários artigos pesquisados sempre encontrei a notícia de que a grã-bretanha havia solicitado seus códigos a França, .... mas em nenhum ficou confirmado que eles foram fornecidos.
Pois pelo que se sabe até então é que no início da guerra a aviação naval recém havia recebido 5 exocet e ainda não estavam preparados para serem operados, e para piorar os técnicos franceses haviam sido chamados de volta à frança no início do conflito.
Dos 5 exocet argentinos se sabe que 2 foram lançados no HMS shefild (1 se perdeu e outro atingiu o alvo); 2 foram lançados contra o cargueiro Atlantic Conveyor (1 se perdeu e outro atingiu o alvo sem explodir ocasionando incêndio) e o último foi lançado da praia atingindo o HMS Glamorgan.
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