Esse objectivo passa, salientou, por várias medidas, entre as quais a importância da alteração da legislação eleitoral para que os deputados passem a ser eleitos em círculos uninominais.
Por outro lado, Eduardo Correia defendeu que «é preciso acabar com a bactéria política que é a disciplina partidária».
«Os deputados não representam partidos, mas os cidadãos que os elegem», frisou.
O líder da nova formação política defendeu ainda que «os partidos que concorrem às eleições legislativas para formar Governo» devem apresentar a sua equipa ministerial durante a campanha eleitoral.
«Os eleitores devem conhecer os nomes que se responsabilizam pelo programa que o partido apresenta na campanha eleitoral», afirmou.
Eduardo Correia assegurou que o MMS «vai fazer tudo» para se apresentar ao eleitorado nas legislativas de 2009, mas escusou-se a definir qual será a meta eleitoral do partido.
«Somos todos novos nesta vida, nunca nenhum de nós fez política, mas somos pessoas de convicções», frisou.
O professor universitário Eduardo Correia pretende formar, até final deste ano, um novo partido político, o Manifesto Mérito e Sociedade (MMS), que promete transformar Portugal num país mais eficiente e economicamente competitivo a nível europeu.
Nem de esquerda, nem de direita, o MMS pretende captar o eleitorado português no geral, porque «Portugal tem que ser uma equipa inteira, como mostrou ser no pós-25 de Abril», adianta o responsável à Lusa.
Critico de José Sócrates, o professor no ISCTE classifica o actual Governo como «igualmente fraco», em relação aos últimos três ou quatro governos do país, pois a realidade portuguesa continua a ser idêntica ao que era, por exemplo, no Governo de António Guterres.
A ideia de formar um partido surgiu depois da apresentação de um documento, cujo título viria a ser adoptado como nome do futuro partido, onde o professor de «marketing» faz «o diagnóstico da situação do país e propõe medidas para melhorar a cidadania».
Inicialmente, o objectivo passava por fazer chegar as conclusões do manifesto aos maiores partidos nacionais, no entanto, a natureza de algumas propostas tornava claro que o documento não iria ser bem aceite.
«Como a lei portuguesa obriga à formação de uma lista para candidatura à Assembleia da República, ainda que se trate de candidatos independentes», a única solução possível passou a ser a formação de um novo partido político, diz Eduardo Correia.
Despolitização da Administração Pública e o emagrecimento da máquina estatal são algumas das reformas que o MMS pretende levar a cabo, nomeadamente através da redução do número de câmaras municipais e da eleição de deputados por círculos uninominais, com acerto relativo à percentagem de votos globais, de forma a garantir que todos os votos tenham o mesmo valor.
O MMS pretende ser uma opção de voto para os portugueses já nas próximas eleições legislativas e europeias.
Uma candidatura às autárquicas está para já posta de lado, pois, de acordo com Eduardo Correia, «o modelo de funcionamento autárquico não se adequa ao MMS», pelo que a candidatura deste partido não seria «legítima», nem «intelectualmente honesta».
Questionado quanto à possibilidade de coligações com outros partidos, o professor adianta que «é difícil fazer futurologia», admitindo no entanto, que esta será uma realidade muito pouco provável, porque o MMS propõe «alterações estruturais que não se compatibilizam com nenhum dos partidos existentes em Portugal».