Li à pouco tempo a biografia do coronel Percy Harrison Fawcett e deixei-me embeber na sua obstinada busca pela cidade perdida de Z ", que culminou no seu misterioso desaparecimento na selva amazónica em 1925. As suas anteriores aventuras inspiraram livros como The Lost World de Conan Doyle e influenciaram uma miríade de futuros caçadores de tesouros e aventureiros. Mas foi esta sua obsessão por Z " aquilo que o levou aos limites. Tinha 58 anos quando partiu em busca do seu sonho, mas a idade do seu corpo parecia vergar-se à do seu espírito... Fico sempre espantado com pessoas como Fawcett . Pessoas que parecem recusar aquilo que Thoreau descreveu como "uma vida de desespero mudo". Mas o que moveu e move homens como este? Que atracção é esta por sonhos invulgares, por demandas intensas e perigosas, por ilusões?... Porque voltam as costas ao mundo, sem receio do ridículo de que muitas vezes são alvo, por parte da maioria? Julgo que os move tanto o medo como uma profunda paixão.O medo de uma existência vulgar ( para eles insatisfatória e medíocre ), o medo de não deixarem uma marca sua no mundo, o medo de não conseguirem dar uma "réplica" ao seu próprio destino... Medo de perderem o controlo das suas vidas. Mas também os move essa paixão a uma vida intensa, ao risco, a uma rebeldia constante e quase infantil, a essas demandas que não "cabem" nos limitados horizontes das verdades maioritárias. Uma paixão que R. Halliburton descreveu como uma "rebelião contra o modelo prosaico". Honra a esses aventureiros.
"Crio para não morrer da verdade" Nietzsche
Colonel Percy Harrison Fawcett (1867 – presumably 1925) was a British archaeologist and explorer.
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